Ucrânia, Crimeia…Estão brincando com brasas antigas…
Não se pode brincar com a situação da Crimeia, na Ucrânia, que está levando a uma escalada de tensão militar preocupante.
Nem, simplesmente, achar que os russos estão querendo “invadir” o território da Ucrânia, do qual a Crimeia seria parte natural.
Não é.
Se situação da Ucrânia já é complicada, a da Crimeia é muito mais.
Só quem agir de má-fé a tratará de forma simplista.
A Crimeia sempre foi – e é – uma região autônoma, como eram as que formavam a Iugoslávia, em relação às quais o Ocidente defendeu a autodeterminação.
A Crimeia, originariamente tártara e vinculada ao Império Otomano, passou a ser parte da Rússia no século 18.
Com a ajuda dos turcos, franceses e ingleses tentaram tomá-la, no século seguinte.
Desde 1921 era uma das repúblicas da União Soviética, não integrava a da Ucrânia.
Na II Guerra Mundial, os nazistas a dominaram e sob sua cobertura as minorias ucranianas e tártaras chacinaram os de origem russa e judaica nas praças.
Em quatro linhas é essa a história resumida desta região, que nem mesmo geograficamente se confunde com o território ucraniano, pois é uma península ligada a ele e a Rússia( As Olimpíadas de Inverno de Sochi foram ali pertinho, a menos de 400 km)
Sua população é formada por 60% de pessoas de origem russa.
Ela continuava a ser uma República Autônoma, embora tenha decidido, há quase duas décadas, associar-se à Ucrânia.
Numa votação apertada, em 1991, a Crimeia e Sebastopol, seu principal porto e sede da frota soviética no Mar Negro, a declaração de independência da Ucrânia foi aprovada por margem apertada (54 a 46%) numa eleição que, ao contrário das demais regiões ucranianas, teve comparecimento relativamente baixo, de apenas 2/3 dos eleitores.
E, ainda assim, foi aprovada com autonomia da região.
É essa autonomia que a comunidade internacional deve proteger.
Senão, o que veremos será a barbárie que aquela terra assistiu nos últimos 350 anos.
Tijolaço: por Fernando Brito, em 1º de março de 2014
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