Os 69 anos de nascimento de Elis Regina
GGN, seg, 17/03/2014 - sugerido por Mara L. Baraúna
Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 — São Paulo, 19 de janeiro de 1982)
Começou a carreira como cantora aos onze anos de idade em um programa de rádio para crianças chamado O Clube do Guri, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego.
Aos 13 anos e meio, Elis era a garota-sensação de Porto Alegre. Em 1959 assinou o primeiro contrato profissional, na Rádio Gaúcha, e no ano seguinte foi para o Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro compacto, pela Continental. A mesma gravadora em 1961 lançou seu primeiro LP, "Viva a Brotolândia", com calipsos e rocks.
Em seguida voltou para Porto Alegre, onde ficou até 1964, quando regressou definitivamente para o Rio, acompanhada do pai, para tentar a carreira nacional.
Ao assinar um contrato com a TV Rio, passa a participar do programa Noites de Gala, com a presença de outros estreantes da época: Jorge Ben, Wilson Simonal e o Trio Iraquitan.
Acompanhada pelo baterista Dom Um Romão começou a frequentar o Beco das Garrafas, reduto da bossa nova, um dos maiores pontos de encontro de músicos e produtores musicais da época.
Lá aprendeu com o bailarino americano Lennie Dale a célebre coreografia que lhe valeu o apelido de "Hélice Regina".
Como muitos outros artistas do Brasil, Elis surgiu dos festivais de música na década de 1960. Tornou-se conhecida nacionalmente em 1965, ao sagrar-se vencedora do I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior, defendendo a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes.
Apresentou, com Jair Rodrigues, "O Fino da Bossa", programa de música na TV Record, e que serviu de rampa de lançamento para uma série de artistas.
Lançou vários compositores como Milton Nascimento, Renato Teixeira, Raimundo Fagner, Tim Maia, Gilberto Gil, João Bosco e Aldir Blanc, Sueli Costa, Ivan Lins, entre outros. Um dos grandes admiradores, Milton Nascimento, a elegeu musa inspiradora e a ela dedicou inúmeras composições.
Sua carreira internacional ficou mais importante a partir de 1968, quando cantou nas TVs inglesa, holandesa, belga, suíça e sueca.
De volta à TV Record, em 1969, fez a série de programas "Elis Studio", dirigida por Miéle e Bôscoli. Em maio, viajou para Londres, onde gravou um LP com o maestro inglês Peter Knight. Em junho, na Suécia, gravou um LP com o gaitista Toots Thielemans.
Foi a primeira pessoa que inscreveu sua voz como instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil. E era. A voz de Elis soava como instrumento afinado, não perdendo, nem por um minuto, o carisma e a emoção em cada canção.
O acervo de Elis Regina está prestes a ganhar mais um precioso capítulo: o especial produzido pela televisão alemã na década de 70, que registra uma artista em pleno domínio de seu talento, cantando ao lado do francês Michel Legrand e do corpo de bailarinos de Jimmy James Dancers, num programa dirigido pelo holandês Rob Touber.
Em 22 de setembro de 2005, inaugurou-se na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, um espaço memorial para abrigar o Acervo Elis Regina. Trata-se de uma coleção de fotografias, artigos, objetos, discos e outros tipos de materiais relacionados com a vida e a obra da cantora, tendo sido doado por fãs, jornalistas e amigos pessoais de Elis.
Elis é homenageada no teatro com o espetáculo 'Elis - A Musical', direção de Dennis Carvalho e roteiro de Nelson Motta e Patrícia Andrade.
Ao morrer, aos 36 anos, em 19 de janeiro de 1982, Elis Regina deixou mais de 30 discos gravados e infinidades de sucessos. Acima de tudo, com sua voz marcante e peculiar interpretação, deixou alguns clássicos imortais.
Elis é mãe de João Marcelo Bôscoli, filho do seu primeiro casamento com o músico Ronaldo Bôscoli, e de Pedro Camargo Mariano e Maria Rita, filhos de seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano.
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