Petrobras lança US$ 8,5 bi em bônus; demanda supera US$ 22 bi
10 Mar (Reuters) - A
Petrobras lançou nesta segunda-feira uma oferta de 8,5 bilhões de
dólares em bônus no exterior, com a demanda pelos papéis superando os 22
bilhões de dólares, informou o IFR, um serviço da Thomson Reuters.
Havia expectativas de que a estatal lançasse montante recorde,
acima dos 11 bilhões de dólares obtidos em operação similar em maio do
ano passado, o que acabou não acontecendo.
A subsidiária Petrobras Global Finance está vendendo títulos de
dívida em dólares em seis tranches, com vencimentos entre três e 30
anos.
Pela manhã, em resposta ao anúncio da emissão, a diferença
entre o rendimento dos bônus da Petrobras no exterior e dos Treasuries
com prazo equivalente aumentou no mercado secundário, com a curva de
rendimento dos bônus da Petrobras inclinando cerca de 15 pontos básicos.
A operação compreende 1,6 bilhão de dólares em bônus com
vencimento em três anos e spread de 250 pontos básicos sobre Treasuries,
1,4 bilhão de dólares em papéis de três anos com spread de 236 pontos
sobre a Libor de três meses.
Inclui ainda títulos com prazo de seis anos: 1,5 bilhão de
dólares com spread de 330 pontos básicos sobre Treasuries e outros 500
milhões de dólares com spread de 288 pontos sobre a Libor de três meses.
Além disso, há 2,5 bilhões de dólares em papéis de 10 anos com
spread de 350 pontos sobre Treasuries e, finalmente, 1 bilhão de dólares
em bônus de 30 anos com 360 pontos sobre Treasuries comparáveis,
segundo o IFR.
Os coordenadores da operação são HSBC, JPMorgan, Citi, Bank of China, BB Investimentos e Bradesco BBI.
Os recursos captados pela Petrobras devem ser usados para
ajudar a financiar o plano de negócios da companhia de 2014 a 2018. Os
investimentos da empresa estimados para o período de cinco anos foram
reduzidos em quase 7 por cento em relação ao plano anterior, ainda assim
para o robusto montante de 220,6 bilhões de dólares.
A Petrobras padece de alto endividamento e defasagem dos preços
dos combustíveis no mercado interno na comparação com os preços
internacionais, além de estar enfrentando obstáculos para elevar sua
produção. A ação preferencial da companhia acumula queda de cerca de 22
por cento neste ano até 7 de março, contra perda de 10,2 por cento do
Ibovespa.
No ano passado, a Petrobras foi classificada como a empresa
mais endividada do mundo em um relatório do Bank of America Merrill
Lynch. A empresa vem aumentando o tamanho de suas emissões de bônus em
dólares ano após ano, pelo menos desde 2009, elevando os custos de
financiamento.
Em maio de 2013, a Petrobras protagonizou a maior captação de
bônus em dólares por uma companhia da América Latina, ao vender 11
bilhões de dólares nos mercados internacionais. Também foram seis
tranches com prazos entre três e 30 anos, e a demanda naquela ocasião
superou os 50 bilhões de dólares.
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