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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

De seus 10 principais programas, Globo perde ibope em 8



O caixa da Globo está cada vez mais gordo, o preço dos anúncios está cada vez mais alto, mas a audiência da emissora está em franca decadência. Pelo menos é o que aponta estudo com dez dos principais programas exibidos entre 2011 e 2013. O "F5" obteve uma lista com exclusividade. Só constam programas fixos: reality shows, como o "BBB", minisséries e outras produções temporãs estão descartadas para não distorcer os números. Vamos a eles, na comparação 2012/2013:

Caldeirão do Huck: -8%
Domingão do Faustão: -3%
Fantástico: -3%
Jornal Nacional: -8%
Video Show: -4%
Novela das 18h: -6%
Novela das 19h: -11%
Novela das 21h: -5%
Esporte Espetacular: +10%
Jornal Hoje: +6% 

NUMERALHA
Em toda a tabela, dois pontos são notáveis: o primeiro, o fato de as últimas duas novelas das 19h —"Além do Horizonte" e "Sangue Bom"— terem perdido em média 11% do público. As últimas duas novelas das 18h —"Flor do Caribe" e "Joia Rara"— também perderam entre 6% e 8% de ibope. Tais novelas são estratégicas na programação. Se elas vão bem de ibope, elas acabam alavancando a audiência de toda a programação que vem a seguir. Quando vão mal, costumam ter efeito contrário. 

F5 da Folha: Ricardo Feltrin, em 28/02/2014

Acordo melhora remuneração de médicos cubanos. Mas não se iluda. Vão continuar a sabotar


Os médicos cubanos do “Mais Médicos”, que já davam duro ganhando muito pouco, vão ter, agora, uma remuneração de R$ 3 mil mensais, mesmo valor da bolsa paga aos residentes médicos brasileiros.
Além, é claro, da alimentação, moradia e transporte que as prefeituras, pelo convênio com a União, lhes repassam.
Um acordo com a Organização Panamericana de Saúde e Cuba tornou opcional o depósito em Cuba da parcela que era recebida exclusivamente lá, além de aumentar em U$245 o valor total da remuneração.
Agora, o único valor que só pode ser recebido em Cuba é o salário do médico lá, que continuava e continua  a ser pago lá, normalmente, e não pode ser “exportado”.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que o acordo não representa novos gastos para o Governo brasileiro.
-Nós não vamos um centavo a mais para essa nova modalidade de pagamento. Continuaremos pagando o mesmo valor. O que houve foi negociação, a partir da presidente Dilma Rousseff, que o nosso governo fez com a Opas e Cuba, nos valores acordados dentro do contrato. Então, não haverá aumento de custos. O valor pago pelo governo será o mesmo”.
É justíssimo.
Como também é correto que não nos caiba julgar as relações entre cidadãos cubanos e seu governo. Embora, sim, devamos zelar para que estes profissionais, a quem já devemos muito, possam ter condições de trabalhar sem  maiores dificuldades materiais.
Eles já mostraram que, mesmo ganhando muito pouco, é a humanidade de sua profissão que os move.
É bom saber que se corrigiu o ponto mais frágil do “Mais Médicos” com negociação e bom-senso.
O outro ponto, este não se corrige: o fato de não haver quase  médicos brasileiros que, por apenas três anos, se disponham a trabalhar no interior e nas periferias urbanas ganhando três vezes mais.
É mais fácil aumentar salário do que aumentar sentimento de humanidade.
Vocês vão ver que não vai terminar a sabotagem ao “Mais Médicos”. O papo de escravidão é só uma cobertura para a hipocrisia de um corporativismo elitista, antipovo, que não tolera a ideia de que a medicina não é uma simples atividade comercial.
 
Tijolaço: por Fernando Brito, em 28 de fevereiro de 2014

30 anos do Sambódromo. Eu vi essa peleja, e o que vou contar você talvez não acredite. Mas é tudo verdade


hardy
Só quem tem de 50 anos para cima é que lembra do que vou contar.
Anos a fio, a avenida Marquês de Sapucaí em setembro-outubro começava a receber as arquibancadas para o Carnaval.
Eram feitas de tubos, se não me engano sempre com uma empresa chamada Mills.
Depois, até abril, seguia-se o desmonte.
Anos a fio, milhões e milhões gastos no monta-desmonta.
Brizola tinha assumido o Governo do Rio de Janeiro em março de 1983.
E, óbvio, a menor  de suas preocupações era o carnaval de 1984.
O Estado estava falido, e o governador biônico anterior tinha deixado uma bomba-relógio: a paridade dos aposentados, que até então recebiam muito menos do que os servidores da ativa.
Paridade que começava – já adivinharam quando? – justamente no primeiro mês de governo do primeiro governador eleito pelo voto depois da ditadura…
O baque e tanto na folha de pagamentos, resolvido com a criatividade possível: o pagamento, que era no início do mês passou para o final e os cargos comissionados – perto de 15 mil – a seres preenchidos, ficava retidos na burocracia real e na inventada, porque Brizola passou a só nomear  quando o indicado tinha currículo completo, inclusive com foto 3×4, o que adiava, adiava…e economizava um ou dois salários.
Não bastasse isso, o Banco do Estado tinha acabado – dias antes da posse de Brizola – de ser forçado a assumir o aval dos empréstimos – impagáveis – feitos para construir o Metrô do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014



E se nossos partidos fossem bandas de música?

 Muito se diz que os partidos políticos estão muito desgastados. Seriam parte na crise de representação política geral que afeta não só o Brasil, mas o mundo. Pra muita gente partido é coisa chata, pesada, quase dispensável. De fato muitos eleitores preferem votar em pessoas, e não em partidos. Se os partidos fossem bandas de música podíamos dizer que grande parcela do eleitorado escolhe pela cara e pelo jeito do vocalista, e pouco se importa com os músicos que o acompanham. Se é assim, se a metáfora vale, fica a pergunta: e se nossos partidos políticos fossem bandas, como eles seriam? Seguem meus palpites, já em espírito de Carnaval e das brincadeiras típicas desta época do ano.
PSDB – Banda sofisticada, sendo que alguns de seus músicos têm formação erudita, obtida em conservatórios no exterior. É um conjunto que toca jazz, rhythm & blues, folk e rock progressivo. Seu ritmo preferido, no entanto, é a bossa nova, por alguns maldosamente chamada de “samba de apartamento”, dado seu caráter um tanto elitizado. Ressalte-se que a cena musical brasileira andava uma bagunça quando o PSDB começou a dar o tom na política nacional. Com a sua bossa nova os tucanos recolocaram o Brasil no mapa musical do mundo, após as décadas de marchas militares e a barafunda melódica dos anos 1980. No entanto desde que foram solapados na preferência do público pelos rapazes do PT eles passaram a ser vistos por aí como uma banda meio demodée. Mas isso não importa, afinal a bossa nova continua sendo sucesso lá fora, soa muito bem aos ouvidos gringos, e aqui ela é quase sempre trilha sonora da novela das nove, na qual as pessoas de bem da zona sul carioca vivem em perfeita harmonia com o núcleo pobre da trama, oriundo de subúrbios festeiros e felizes. Se já não é o sucesso de público de outrora, a banda tucana ao menos continua tendo fãs entre boa parte dos críticos. E isso mesmo com muita gente lembrando que o grupo há tempos não lança repertório novo com músicas inéditas.

PT – No início era um grupo de punk rock. Formado por gente que vinha de variadas experiências musicais anteriores, o que unia a todos os seus componentes era a aparente rejeição ao mercado e um desejo difuso de revolucionar a cena musical brasileira. Sem grana, praticamente uma garage band, o PT tocava com equipamentos precários, fazendo shows nas periferias e portas de fábrica. Mas seus músicos eram bastante sintonizados com as novas tendências que rolavam na Europa naquela época, fim da década de 1970, início dos anos 1980. E sempre se identificavam muito mais com o som que o operariado fazia naqueles tempos na Inglaterra, na França e na Alemanha do que com a musicalidade burocrática do proletariado soviético. Cânticos católicos, pitadas de ritmos caribenhos e o arrasta-pé do sertão nordestino também foram influências importantes nos primeiros anos da legenda. Mas ai um belo dia, como sempre acontece com as bandas alternativas, alguns componentes do partido quiseram deixar de ser indies e o grupo acabou assinando um contrato com as grandes gravadoras. A banda deu então uma repaginada no visual, trocou as letras ácidas por canções de amor e chegou às paradas de sucesso. Alcançou não apenas o 1º lugar entre as mais tocadas como conquistou um lugar no coração do grande público. Obviamente que esse processo não ocorreu sem dor, e aqueles membros que queriam se manter fiéis ao som original foram convidados a deixar o grupo por conta das tais “ergências musicais”, sempre elas. Primeiro saiu a turma que formou as bandas PSTU e PCO, e mais recentemente, já após o estrondoso sucesso petista, outros componentes deixaram o conjunto musical e fundaram o grupo PSOL. Na crítica especializada muita gente diz que a sonoridade petista anda muito melosa e repetitiva, e que a banda já não consegue mais compor os hitsque lhe deram sucesso no passado recente. Entre o público, porém, o grupo parece continuar sendo o que tem a maior quantidade de fãs. Se hoje em dia empolga as massas, o som romântico petista é visto porém com desdém pelos adoradores de bossa nova e guarda pouca semelhança com a proposta musical mais radical do passado.
 O dia em o Supremo começou a purgar os crimes de sua politização


Não existe maior prazer ao verdadeiramente intelectual do que o de desvendar de forma simples enigmas aparentemente complexos. Foi o sentido do voto do Ministro Luis Roberto Barroso ontem, no STF (Supremo Tribunal Federal). Didaticamente, desnudou a enorme politização em que o STF se meteu no julgamento da AP 470.
A acusação apontou dois crimes conexos: corrupção e quadrilha. Cada qual implica no agravamento da pena original. Primeiro, Barroso mostrou a incongruência do crime de quadrilha ter provocado agravamento muitíssimo maior da pena do que o crime de corrupção. "Considero, com todas as vênias de quem pense diferentemente, que houve uma exacerbação nas penas aplicadas de quadrilha ou bando”.
Depois, com extremo didatismo, expôs as razões desse exagero:  "A causa da discrepância foi o impulso de superar a prescrição do crime de quadrilha e até de se modificar o regime inicial de cumprimento das penas".
Os números apresentados por Barroso, mostrando até onde chegariam as penas se a dosimetria do crime de formação de quadrilha fosse minimamente razoável, desvendou de maneira elegante uma verdade crua: os ministros do STF, que votaram em favor das penas fixadas, fizeram uma conta de chegada para aplicar a pena, fugindo da análise objetiva da lei.
Não se tratava de jornalistas tentando expor as manipulações de um processo eminentemente político, mas de um dos mais respeitados juristas do país desnudando a manobra de seus pares, alguns atuando politicamente, outros deixando-se levar para não se expor ao achincalhe da mídia.
Chamou a atenção a  inacreditável falta de percepção da Ministra Carmen Lúcia. Seu aparte a Barroso lembrou alguns quadros de programas humorísticos visando rebaixar as mulheres. A troco de quê Barroso calculou como seriam as penas, sem os agravantes da formação de quadrilha, se ele votou pela não aceitação do crime de quadrilha, indagou ela.
Apenas confirma o despreparo que tem marcado seus votos em casos menos polêmicos, como os de deficientes. E comprova que a falta de cuidados de Lula, com o STF, não se restringiu às nomeações de Joaquim Barbosa, Dias Toffoli e do inacreditável Luiz Fux.
A enorme tranquilidade e elegância de Barroso, enfrentando as barbaridades de Joaquim Barbosa, mostram mais uma vez que os verdadeiramente corajosos não são os que berram, mas os que se escudam na força das suas convicções.
A desmoralização de Barbosa e da campanha midiática começou quando confundiram a mansidão educada de Lewandowski com falta de determinação; aumentou quando imaginaram que apertando, Celso de Mello cederia, sem entender que Mello tergiversa, sim, mas para buscar o reconhecimento da história, não do momento. E amplia-se agora, quando Joaquim Barbosa provoca Barroso e recebe, em troca, argumentos mansos, educados sem que Barroso recue um milímetro de sua posição.
Não foi de graça que Barbosa se exasperou e acusou Barroso de fazer um discurso político. Valeu-se da velha manha de sujeito que grita  "pega ladrão" minutos antes de ser desmascarado.

Jornal GGN, LUIS NASSIF, qui, 27/02/2014

Quem deveria cair: Mantega ou seu colega inglês?


Brasil desponta como um dos maiores crescimentos de PIB no mundo em 2013, com 2,3%; entre as 13 economias que já divulgaram seus resultados, País está abaixo apenas da China (7,7%) e da Coreia do Sul (2,8%); avanço é maior que o dos EUA, África do Sul e Reino Unido; Inglaterra se mostra mais frágil que a economia brasileira nos quesitos de dívida bruta sobre o PIB, taxa de desemprego e até reservas internacionais - US$ 70 bilhões contra US$ 376 bilhões do Brasil, segundo FMI; no Brasil, crescimento no quarto trimestre, de 0,7%, foi acima do previsto; números são divulgados um dia depois de o jornal britânico Financial Times ter pedido a cabeça do ministro da Fazenda, Guido Mantega; será que o jornal, agora, vai olhar para o seu próprio quintal?; será que derrubar o ministro das Finanças inglês George Osborne também "pode fazer maravilhas" por lá?
27 de Fevereiro de 2014 às 14:32
247 - Por motivos bem melhores que os apontados pelo jornal britânico Financial Times ao pedir a cabeça do ministro Guido Mantega, da Fazenda do Brasil, ontem, o certo mesmo é decapitar do cargo o ministro das Finanças da Inglaterra, George Osborne, pelos dados divulgados hoje.
Todos os principais indicadores da economia inglesa são inferiores, neste momento, e de longe, aos resultados obtidos pela política econômica brasileira. A começar pelo crescimento do PIB em 2013. Os ingleses tiveram o mérito, em meio a crise que castiga especialmente a Europa, de crescerem 1,7% no ano passado, segundo números divulgados pelo FMI. Mas os brasileiros crescemos 2,3% no mesmo período, num banho de mais de meio ponto percentual na economia inglesa.
Em outro número apreciado pelos comentaristas internacionais, especialmente os mais inxeridos britânicos, a fragilidade exposta pela economia dirigida por Osbrone é flagrante, e a deixa outra vez em desvantagem sobre os resultados alcançados pela gestão de Mantega. Trata-se da dívida bruta sobre o PIB.
Entre 2012 e 2013, o Brasil conseguiu baixar de 67,5% para 66,1% a dívida bruta do país, segundo números oficiais do FMI. No mesmo quesito, a Inglaterra apresenta elevados 88,7%, percutal que, numa economia como a brasileira, poderia ser classificado como muito próximo da irresponsabilidade. Por que o mesmo juízo de valor não pode, efetivamente, servir para a economia inglesa?
Não se trata de olho por olho dente por dente, mas a irresponsabilidade da crítica internacional afeta, e sensivelmente, as percepções de investimentos e confiança sobre o Brasil.
Mas há mais um número que o regime de Mantega se mostra muito saudável que o de Osborne: o desemprego. Enquanto a taxa de dezembro de 2013, em declínio, apresentou 4,3%, na Inglaterra se está acima de 7%.  
O avanço do PIB brasileiro divulgado hoje pelo IBGE é o terceiro maior do mundo, se consideradas as 13 economias que já apresentaram seus resultados. À frente da economia brasileira, estão apenas China e Coreia do Sul, que tiveram crescimento de 7,7% e 2,8%, respectivamente.
Vale lembrar que o crescimento econômico chinês mal chega a ser parâmetro de comparação, uma vez que está 5,7% acima da média mundial, de 3,0%. De acordo com o ranking das 13 economias, o Brasil está logo à frente dos PIBs dos Estados Unidos, do Reino Unido e da África do Sul, os três de 1,9%.
Os resultados, tanto anual quando do 4º trimestre, que registrou avanço de 0,7%, são maiores do que o previsto pelos economistas. Foram destaques para o crescimento de 6,3% nos investimentos – que sofreram queda de 4% em 2012 (leia aqui). Ironicamente, um ótimo resultado para um País que é acusado de ter perdido a credibilidade. Também tiveram importante impacto o avanço na agropecuária e o consumo das famílias.

247: 27 de Fevereiro de 2014

O sarcófago do Real


Enquanto comemora o passado de 20 anos do Plano Real, o PSDB quer voltar a ser governo porque simplesmente não consegue e não aguenta mais ser oposição.


PSDB
O PSDB reuniu seus próceres e alguns convidados ilustres, como os governistas de sempre, Renan Calheiros e Romero Jucá, para comemorar os 20 anos do Plano Real.


Atordoado com o indiciamento e a renúncia de Eduardo Azeredo (deputado do PSDB-MG); atropelado pelo escândalo da Siemens e chamuscado com o fio desencapado do caso Alstom; com a garganta seca pelo susto de uma crise de racionamento de água em São Paulo; enfim, com uma avalanche de notícias ruins, era preciso mudar de assunto.

Que tal como comemorar, pela enésima vez, mais um aniversário do Plano Real?

A celebração, embora feita no Senado neste dia 25, teve como referência o 27 de Fevereiro de 1994, data em que foi publicada a certidão de nascimento do Plano Real.

A Medida Provisória nº 434, assinada pelo presidente Itamar Franco, criava a Unidade Real de Valor (URV) e previa sua posterior substituição por uma nova moeda, o Real - o que viria a ocorrer em 1º. de julho daquele ano.

Aécio aproveitou o aniversário para criticar a política econômica do governo Dilma Rousseff. É seu foco principal, quase exclusivo.

Sua crítica mais ácida é que Dilma não respeita o tripé que sustenta o Plano Real: o cumprimento das metas de inflação, o câmbio flutuante e a manutenção de um superávit primário elevado.

É difícil saber por que os tucanos reclamam. Das três vezes em que a inflação superou o teto da meta, duas foram no governo FHC (2001 e 2002).

PIB sobe 2,3% em 2013; resultado fica perto da era FHC e abaixo dos anos Lula

RIQUEZA DO PAÍS
Resultado do ano passado foi puxado principalmente pela agropecuária; consumo das famílias cresce pelo décimo ano seguido


São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,3% em 2013, segundo informou hoje (27) o IBGE, atingindo R$ 4,84 trilhões. O resultado supera 2012 (0,9%) e fica abaixo do primeiro ano do governo Dilma (2,7%). A média da atual gestão fica próxima de 2%, aquém da era Lula (4%) e próxima dos anos FHC (2,3%).
O PIB anual teve crescimento, principalmente, da agropecuária (7%). Serviços e indústria tiveram alta de 2% e 1,3%, respectivamente. O PIB per capita cresceu 1,4% no ano, para R$ 24.065.
A formação bruta de capital fixo (FBCF), um indicador de investimentos, cresceu 6,3%, “puxado pelo aumento da produção interna de máquinas e equipamentos”, diz o IBGE. A despesas de consumo das famílias subiu 2,3%, no décimo ano seguido de expansão, e somou R$ 3,022 trilhões. “Tal comportamento foi favorecido pela elevação da massa salarial e pelo acréscimo do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas”, analisa o instituto. Já  a despesa da administração pública aumentou 1,9%.
Outro indicador considerado importante, a taxa de investimento correspondeu a 18,4% do PIB, pouco acima de 2012 (18,2%). E a taxa de poupança passou de 14,6% para 13,9%.
Na agropecuária, o crescimento deve-se ao “comportamento de várias culturas importantes da lavoura que registraram aumento na estimativa anual de produção e ganhos de produtividade”. Os destaques foram soja (24,3%), cana-de-açúcar (10%), milho (13%) e trigo (30,4%).
Na indústria, o IBGE ressalta a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (2,9%), “puxado pelo consumo residencial de energia elétrica”. Tanto a construção civil como a indústria de transformação tiveram alta de 1,9%, enquanto o segmento extrativo-mineral caiu 2,8%, “influenciado pela queda na extração de minérios”.
Em serviços, todas as atividades registraram expansão: informação (5,3%), transporte, armazenagem e correio (2,9%), comércio (2,5%), serviços imobiliários e aluguel (2,3%), administração, saúde e educação pública (2,1%), intermediação financeira e seguros (1,7%) e outros serviços (0,6%).
No setor externo, as exportações aumentaram 2,5% e as importações, 8,4%. Nas vendas ao mercado internacional, o IBGE destaca produtos agropecuários, outros equipamentos de transporte, veículos automotores e refino de açúcar. Nas importações, os destaques foram indústria petroleira, serviços de alojamento e alimentação, máquinas e equipamentos, óleo diesel e peças para veículos automotores.
No quarto trimestre de 2013, o PIB cresceu 0,7% em relação ao terceiro e 1,9% na comparação com igual período de 2012. Também em relação ao último trimestre do ano anterior, a agropecuária aumentou 2,4%, a indústria subiu 1,5% e os serviços, 1,8%. O consumo das famílias teve expansão de 1,9%, enquanto a FBCF cresceu 5,5%.
 RBA: por Vitor Nuzzipublicado 27/02/2014 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Um alerta aos extremistas de esquerda, enquanto é tempo


Carlos Altamirano, líder do "PSOL chileno", 
atuou contra Allende, ajudou Pinochet 
dar o golpe e fugiu no porta malas 
de um carro para não ser morto 


Os pretensos radicais de esquerda que me perdoem, mas eles ainda não entenderam absolutamente nada do que está acontecendo no Brasil. 


Eles PENSAM que são a vanguarda das movimentações de massa. Mas não são. Então eu gostaria mesmo é que pissolistas e afins entendessem algo realmente importante: a direita aprendeu a encher as ruas. 

É isso. A direita enche as ruas, mesmo não tendo suporte da ampla base da população. Toda essa movimentação "descentralizada" feita pelas "redes" é calcada em uma presença de multidões, só que estas são basicamente formadas pela classe média cheia de ódio, estupidificada pela verborragia da mídia. 

É por isso que os chavões mais frequentes nesses movimentos são anti-Dilma, anti-Haddad. PSOL & Cia. são inexpressivos numericamente nesses movimentos quase o tanto quando o são nas eleições (onde mal alcançam 1%). 

O problema é que, no meio do "caudal" das novas marchas "com deus e pela família" os radicais se iludem, pensam que estão conduzindo algo quando, na verdade, eles é que estão em posição de "adereço". Os black blocs, então, sem comentário. O teor das manifestações é claríssimo: são pela derrubada de um governo popular, apoiado pela população e eleito pelo voto democrático. 

Agem como se estivessem diante de um governo ditatorial. Então tudo isso é uma baita confusão de percepções. E, para piorar a confusão, o grande conjunto da classe média pensa que toda essa confusão é causada por...."petistas e seus assemelhados". 

Afinal, dentro da ótica analfabeto-política da classe média, os comunistas do PT estão "cubanizando" a Nação. Para ela, os "vermelhos"estão levando o país ao caos. Nesse ponto, alguém me pergunta: "pô, cara, deixa de ser babaca, deixa de se preocupar tanto com o que a classe média pensa ou deixa de pensar". 

Aí, eu gostaria de que esse pessoal retomasse as aulas de História e viesse a saber que basta causar pânico na classe média e só na classe média para virar o jogo democrático e instalar a ditadura. Quando Jango caiu o IBOPE dele estava nas alturas. Quer dizer, estava nas alturas na aprovação pelo "povão", não pela classe média. E deu no que deu. Com Allende foi a mesmíssima coisa.

Carlos Altamirano, líder do radicalíssimo Partido Socialista do Chile, fez de tudo para radicalizar o governo Allende e entrou em conflito com ele por ser "moderado". 

A ala do PS liderada por Altamirano, MAPU, IC, o MIR e outras tendências mais à esquerda advogavam um avanço mais rápido no sentido da construção do poder popular, em oposição à orientação moderada de Allende, PC e Partido Radical.

A ultra-esquerda armou milícias populares e chegou a implementar reforma agrária "na marra", gerando pânico na classe média, o que contribuiu muito para a campanha da direita no golpe. Quando Pinochet tomou o poder e implantou a ditadura, Altamirano fugiu do Chile dentro do porta-malas de um carro.

Mas ocorre que a ultra-esquerda vive de sonhos. Está num movimento que na verdade não é dela. E ainda pensa que o conduz. E pensa, imagina, devaneia que representa o povo todo. 


Mas também não representa. Basta ver o alcance eleitoral que os ditos radicais tem nas eleições! Se a direita conseguir entornar o caldo, como tudo indica que ela está fazendo agora, no primeiro momento esses pretensos representantes "radicais" de um povo que nem ao menos os conhece será descartado. 

Está na hora de a análise fria dos acontecimentos da lugar aos devaneios. Sonhar é bom, mas a luta exige atenção, exige discernimento.

TUDO EM CIMA: por Ricardo Melo, geógrafo


Morre Paco de Lucía, o renovador do flamenco
 
Músico que renovou e universalizou a cultura flamenca sofreu infarto em Cancún, aos 66 anos
“Paco viveu como quis e morreu brincando com seus filhos ao lado do mar.” Assim se pronunciou a família do falecido violonista de flamenco Paco de Lucía em um comunicado sentido no qual asseguram que “a dor já tem data”. “Na noite passada se foi o pai, o irmão, o tio, o amigo e nos deixou o gênio Paco de Lucía”, disseram seus parentes, que queriam compartilhar “um abraço e uma lágrima” com o mundo. “Obrigado por tudo… e boa viagem amado nosso”, terminam.
Paco de Lucia no Vito Jazz Festival em julho de 2010 (Alberto Cabello/Flickr)
O gênio da guitarra flamenca faleceu nesta madrugada de um ataque do coração quando se encontrava no México, com sua família. Tinha 66 anos e muita arte ainda adiante, arte que agora só poderá ser desfrutada em gravações.O músico se encontrava em uma praia de Cancún jogando futebol com seu filho Diego, de dez anos, quando começou a se sentir mal. Sua esposa o levou ao hospital, onde faleceu.
Grande aficcionado por mergulho amador e pesca submarina, Paco costumava passar longas temporadas em Cancún, períodos de descanso que intercalava com suas estâncias na Espanha, em Toledo. De seu primeiro matrimônio, com Casilda Varela, em Amsterdã, teve outros três filhos: Casilda, Lucía e Francisco.
Artista precoce
Nascido em 21 de dezembro de 1947 na cidade de Algeciras com o nome de Francisco Sánchez Gómez, por sua mãe portuguesa, ficou conhecido como Paco, o “de Lucía”, conforme costume na Andaluzia de se identificar alguém a partir do nome da mãe (no caso dele, Lucía Gomes).
Aos 12 anos formou um duo com seu irmão Pepe. Com o nome de Los Chiquitos de Algeciras, Pepe no vocal e Paco no violão venceram em 1961 um concurso de Jerez e gravaram seu primeiro disco. Um ano antes, em 1960, ele já havia se tornado o terceiro violonista da Companhia de Balé Clássico Espanhol, com a qual fez sua primeira turnê pelos Estados Unidos e depois, como segundo violonista, por meio mundo.
Com 17 anos fez parte de um grupo que girou a Europa com o Festival Flamenco Cigano, e foram os violonistas Sabicas e Mario Escudero quem o incentivaram a compor sua própria música. Acompanhado com frequência por seus irmãos Ramón de Algeciras e Pepe de Lucía, gravou seus primeiros discos solo nos anos 60: La Fabulosa Guitarra de Paco de Lucía (1967) e Fantasía Flamenca (1969).
Sua consagração chegou nos anos 70. Foi então que surgiu a mística parceria Camarón-De Lucía, tão purista quando renovadora do flamenco e que se traduziu em mais de dez discos de estúdio. A morte do parceiro, em 1992, o fez cancelar suas apresentações durante quase um ano, quando pensou em se aposentar, mas voltou em 1993 com uma nova turnê.
Em 2004 gravou o álbum Cositas Buenas, considerado uma “obra prima” com oito temas inéditos, sendo acompanhado pelo violão de Tomatito e pela voz recuperada de Camarón. O disco lhe rendeu o Grammy Latino de melhor álbum de flamenco.

Revista Forum, em 26.02.2014


É MEU DEVER DIZER AOS JOVENS O QUE É UM GOLPE DE ESTADO

Há cheiro de 1964 no ar. Não apenas no Brasil, mas também nas vizinhanças. Acho então que é chegada a hora de dar o meu depoimento.
Dizer a vocês, jovens de 20, 30, 40 anos de meu Brasil, o que é de fato uma ditadura.
Se a Ditadura Militar tivesse sido contada na escola, como são a Inconfidência Mineira e outros episódios pontuais de usurpação da liberdade em nosso país, eu não estaria me vendo hoje obrigada a passar sal em minhas tão raladas feridas, que jamais pararam de sangrar.
Fazer as feridas sangrarem é obrigação de cada um dos que sofreram naquele período e ainda têm voz para falar.
Alguns já se calaram para sempre. Outros, agora se calam por vontade própria. Terceiros, por cansaço. Muitos, por desânimo. O coração tem razões…
Eu falo e eu choro e eu me sinto um bagaço. Talvez porque a minha consciência do sofrimento tenha pegado meio no tranco, como se eu vivesse durante um certo tempo assim catatônica, sem prestar atenção, caminhando como cabra cega num cenário de terror e desolação, apalpando o ar, me guiando pela brisa. E quando, finalmente, caiu-me a venda, só vi o vazio de minha própria cegueira.
Meu irmão, meu irmão, onde estás? Sequer o corpo jamais tivemos.
Outro dia, jantei com um casal de leais companheiros dele. Bronzeados, risonhos, felizes. Quando falei do sofrimento que passávamos em casa, na expectativa de saber se Tuti estaria morto ou vivo, se havia corpo ou não, ouvi: “Ah, mas se soubessem como éramos felizes… Dormíamos de mãos dadas e com o revólver ao lado, e éramos completamente felizes”. E se olharam, um ao outro, completamente felizes.
Ah, meu deus, e como nós, as famílias dos que morreram, éramos e somos completamente infelizes!

A ditadura militar aboletou-se no Brasil, assentada sobre um colchão de mentiras ardilosamente costuradas para iludir a boa fé de uma classe média desinformada, aterrorizada por perversa lavagem cerebral da mídia, que antevia uma “invasão vermelha”, quando o que, de fato, hoje se sabe, navegava célere em nossa direção, era uma frota americana.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014