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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Vitória de Michelle Bachelet pode reaproximar Chile da América Latina, afirma especialista


Equipe de MIchele  Bachelet visita distritos onde se registrou grande abstenção no primeiro turno |Foto: Michelle Bachelet/Divulgação
Bachelet foi eleita no domingo com mais de 60% dos votos
Eleita novamente presidente do Chile no último domingo (15), a socialista Michelle Bachelet superou com folga a candidata governista, Evelyn Matthei, e o temor de que os altos índices de abstenção prejudicassem o resultado. À frente do La Moneda entre 2006 e 2010, Bachelet terá de aprofundar as prometidas “reformas estruturais” no seu segundo mandato. A sua eleição representa, também, a possibilidade da reaproximação do país com a América Latina.

Rebatizada de “Nueva Mayoría”, a antiga “Concertación”, que governou o país por vinte anos e aparece agora modificada, será cobrada por movimentos sociais, estudantes e por muitos dos seus eleitores para reformular boa parte da estrutura do Estado – principalmente no que diz respeito à saúde e à educação. “Até hoje o Chile vive sob as leis da ditadura. Pouca coisa foi modificada, e enfrentar este tema é um grande desafio para o novo governo”, afirma o economista e professor Luiz Augusto Faria.

Lula visita Bachelet, a candidata de centro-esquerda à presidência chieleba | Foto:  Paola Cornejo / Opera Mundi
Durante a campanha, Lula visitou Bachelet em Santiago
Durante a campanha, houve forte movimentação pela criação de uma Assembleia Constituinte durante o próximo governo. Pesquisas estimam que em algumas comunas mais de 10% dos eleitores deixaram escrita a mensagem “AC” – que representa a reforma constitucional – nas cédulas de votação. “Um sinal positivo é que Bachelet fala em tocar em alguns dos pilares da política pinochetista, que são a saúde e a educação privadas”, aponta o economista.

A eleição de novos quadros políticos, parte deles oriundos do movimento estudantil, poderá fazer com que exista uma forte pressão à esquerda também no poder Legislativo. Nas ruas, é provável que as manifestações continuem exigentes como foram durante a gestão de Sebastián Piñera. A impopularidade do atual presidente acabou refletida na candidata da situação no pleito de 2013. Matthei conseguiu levar a disputa para o segundo turno por poucos votos, mas em nenhum momento deu mostras de que poderia pleitear a primeira colocação.
 
Além das reformas, o Chile poderá ter modificações na sua política externa. O novo governo poderá reaproximar o país dos vínculos com a América Latina a partir da Unasul – que já teve a própria Michelle Bachelet como presidente. Com Piñera, os olhos de La Moneda estavam mais voltados para o norte. “O resultado da eleição é importante para a consolidação da Unasul e para a participação do Chile, que com Bachelet teve protagonismo na mediação de conflitos pelo continente”, analisa Luiz Augusto Faria.
O economista afirma que do ponto de vista comercial ainda são incipientes as relações comerciais entre o Brasil e o país andino. “O comércio entre os dois países ainda é muito pequeno. O que poderia acontecer é o Chile importar mais produtos industriais brasileiros, quem sabe. Mas a maior importância deste processo é política, não econômica”, opina. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em visita a Santiago no mês de novembro, apoiou publicamente a socialista e falou em “fortalecer a integração latino-americana” nos próximos períodos.
Os desafios de Bachelet não serão pequenos. A socialista espera realizar uma grande reforma educacional, construir novas universidades públicas, modificar o atual sistema de saúde, erguer hospitais pelo país e ainda instituir o Ministério da Mulher. “O Chile passou por uma renovação bastante grande nos quadros políticos do Congresso. Novas lideranças vão entrar no lugar de políticos viciados no compromisso com a direita mais anacrônica, e com isso Michelle Bachelet não pôde contar no seu primeiro mandato”, aponta Luiz Augusto Faria.

Fonte: Sul21

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