Mário Soares, um dos símbolos da política de Portugal, líder maior do
Partido Socialista Português, foi presidente de 1986 a 1996.
Co-fundador do PSP, combatente da resistência ao salazarismo, no qual
amargaria doze prisões no Estado Novo, Mário Soares é homem de coragem e
capaz de grandes gestos.
Corria seu tempo na presidência quando fez visita oficial à Tunísia.
Já a caminho da saída, teve encontro no restaurante do Aeroporto
Tunis-Cartago com o ex-premier (1983-1987) italiano Bettino Craxi. Líder
do Partido Socialista Italiano de 1976 a 1993, Craxi havia caído em
desgraça. Acusado de corrupção e envolvimento com a máfia pela Operação
Mãos Limpas, que o faria renunciar ao cargo e buscar refúgio em Tunis,
onde viveria em exílio até sua morte, em 2000.
Sem cerimônia, Mario Soares aproximou-se de Craxi e deu-lhe caloroso
abraço que foi registrado por fotógrafos, cuja imagem, enviada às
agências de notícias, causou rumorosos debates na Itália e na terra de
Camões.
Ao chegar a Portugal, Mario Soares era aguardado por um batalhão de
jornalistas no aeroporto Internacional da Portela, em Lisboa, onde o
cerimonial da presidência organizara entrevista coletiva.
- Eu sei por que os senhores aqui estão, disse Soares, antes de ser questionado pelos repórteres.
- Estive sim com o amigo de longa data, Bettino Craxi. Homem de grande valor, a quem os portugueses devem muito, pois à frente da Internacional Socialista arrecadou recursos para os companheiros da resistência salazarista, permitindo a sobrevivência do movimento, garantindo a segurança e defesa de seus membros.
Atônitos, os jornalistas não esboçaram nenhuma pergunta.
- Eu sei por que os senhores aqui estão, disse Soares, antes de ser questionado pelos repórteres.
- Estive sim com o amigo de longa data, Bettino Craxi. Homem de grande valor, a quem os portugueses devem muito, pois à frente da Internacional Socialista arrecadou recursos para os companheiros da resistência salazarista, permitindo a sobrevivência do movimento, garantindo a segurança e defesa de seus membros.
Atônitos, os jornalistas não esboçaram nenhuma pergunta.
Um patrício de Soares, o jurista José Joaquim Gomes Canotilho, disse
recentemente em entrevista à Folha, que os réus da Ação Penal 470, o
mensalão, têm alguma razão ao reclamar por um segundo julgamento pelo
STF. Canotilho é tido como um dos constitucionalistas estrangeiros mais
influentes no Brasil. Na seção de jurisprudência do site do STF, seu
nome aparece como referência citada em 550 acórdãos, decisões
monocráticas ou decisões da presidência da corte.
Para ele também é válida a reclamação em relação à atuação
institucional do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo
Tribunal Federal, presente em todas as fases do processo: recebimento
da denúncia, instrução e o próprio julgamento.
Há robustas demonstrações que o julgamento da AP-470 foi de cunho político.
Sobram ilegalidades na prisão dos três dirigentes petistas, a ponto de decanos do Direito, como Ives Gandra denunciar que José Dirceu foi acusado sem provas e o jurista Celso Bandeira de Mello, sustentar que cabe ao PT pedir o impeachment do ministro Joaquim Barbosa. Tudo isto, mais as manifestações da OAB(Ordem dos Advogados do Brasil) e de TODAS as associações de magistrados do país contra os excessos do presidente do Supremo, indicam que urge aos presidentes dos partidos políticos, o PT em especial, e os presidentes do Legislativo e do Executivo, tomarem providências contra mal feitos no Judiciário.
Sobram ilegalidades na prisão dos três dirigentes petistas, a ponto de decanos do Direito, como Ives Gandra denunciar que José Dirceu foi acusado sem provas e o jurista Celso Bandeira de Mello, sustentar que cabe ao PT pedir o impeachment do ministro Joaquim Barbosa. Tudo isto, mais as manifestações da OAB(Ordem dos Advogados do Brasil) e de TODAS as associações de magistrados do país contra os excessos do presidente do Supremo, indicam que urge aos presidentes dos partidos políticos, o PT em especial, e os presidentes do Legislativo e do Executivo, tomarem providências contra mal feitos no Judiciário.
À presidenta Dilma Roussef, que sofreu a barbárie da tortura nas
prisões da ditadura, cabe mais seguir o exemplo de Mario Soares do que
escutar os conselhos do marqueteiro João Santana, sob pena de perder o
julgamento da História.
http://www.marcusvinicius.blog.br
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