Iuri Müller
De malas prontas para deixar o governo do estado, representantes do PDT gaúcho se reuniram no final da manhã desta terça-feira (10) com Tarso Genro e líderes petistas para acertar como será a saída da sigla do governo. A previsão é que até o dia 20 de dezembro a transição esteja concluída nas secretarias ocupadas pelos pedetistas. Na ocasião, o governador também falou sobre as eleições de 2014 e outra vez colocou em dúvida a candidatura à reeleição.
Partidos que permanecem na base aliada do governo petista, como o PCdoB e o PTB, devem se beneficiar das lacunas que agora aparecem nas secretarias de Saúde e Esporte e Lazer, além do Gabinete dos Prefeitos – os três cargos de primeiro escalão que o PDT mantinha no Piratini. Nesta terça-feira, Tarso Genro confirmou que ao menos uma das secretarias deve ser entregue aos comunistas – possivelmente a de Esporte e Lazer, anteriormente ocupada por Kalil Sehbe, seja a escolhida.
Mesmo com a despedida, os discursos dos dois partidos permaneceram em sintonia. O governador afirmou que os secretários fizeram “um grande trabalho”, enquanto os trabalhistas prometeram valorizar a passagem pelo Executivo estadual. “Vamos fazer a transição de forma madura, respeitosa e civilizada. O PDT deixa o governo não porque abandonou ou brigou com o governo, mas porque escolheu o seu próprio caminho”, disse Pompeo de Mattos, vice-presidente da sigla no Rio Grande do Sul.
Mudança na conjuntura do Legislativo
Tarso Genro lembrou que a saída do PDT em 2013 foi distinta do desembarque em anos anteriores. “Ficou claro que esta saída do PDT do governo é diferente das outras saídas. Antes, o partido havia saído por conta de crises políticas e de rompimentos. Mas desta vez, sai sem ruptura com o governo e o programa, mas porque terá candidatura própria”, comparou o governador. No governo de Yeda Crusius (PSDB), que inicialmente compôs com os trabalhistas, o PDT deixou o Palácio Piratini ainda no primeiro ano de mandato e de forma pouco pacífica.
A conjuntura política na Assembleia Legislativa também é afetada com a decisão do PDT pela candidatura própria. Algo semelhante havia ocorrido quando o PSB deixou as fileiras do governo para apoiar o projeto de Eduardo Campos em nível nacional – ainda assim, os deputados socialistas não deixaram automaticamente de acompanhar o PT nas votações. Segundo o deputado estadual Valdeci Oliveira, líder do PT na Assembleia, os trabalhistas devem continuar apoiando a maioria dos projetos do Executivo.
Tarso Genro não confirma candidatura à reeleição
Em entrevista coletiva, o governador Tarso Genro abordou a formação das coalizões para as eleições de 2014. Tarso voltou a afirmar que o PTB, outro dos partidos que seguem na base do governo, poderá indicar o vice-governador na chapa majoritária. “Eu disse ao PTB que gostaria de tê-los na chapa. E acho a vice-governança uma boa ideia. É um partido com enraizamento nos movimentos sociais, com nomes fortes do ponto de vista eleitoral. O (ex-senador) Sérgio Zambiasi disse que não quer concorrer, mas as pessoas podem mudar de ideia”, disse.
Na mesma entrevista, o governador não tratou como certa a candidatura à reeleição. Para Tarso, a oficialização do seu nome passa pela definição federal e pelos palanques que Dilma Rousseff irá escolher no estado. “Se ela tiver mais de um palanque aqui, temos que ver qual é o candidato mais adequado para este palanque. Pode ser eu, pode não ser. O projeto regional, para dar certo, precisa estar articulado com o projeto nacional”, ponderou. Isso porque partidos da base aliada do governo federal – como PP, PMDB e PSB – também devem ter candidatura própria ao Palácio Piratini.
Fonte: Sul21
Fonte: Sul21
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