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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

25 anos do assassinato de Chico Mendes

Por Erick da Silva

22 de dezembro de 1988, há 25 anos atrás, o seringueiro e líder ambientalista Chico Mendes era assassinado por pistoleiros contratados para silenciar sua voz e dar cabo de sua luta, que atingia diretamente interesses de fazendeiros sedentos por aumentar os seus lucros e impedir que seus privilégios fossem interrompidos. Mataram o homem, não sua luta e seu legado.

O assassinato teve grande repercussão na época, a causa ambientalista ganhava terreno e Chico Mendes era um de seus grandes expoentes. Uma ampla mobilização - nacional e internacioal - que chegou a envolver mais de trinta entidades sindicais, religiosas, políticas, de direitos humanos e ambientalistas se juntaram para formar o "Comitê Chico Mendes". Em dezembro de 1990, a justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves Ferreira, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão. 

Países latinos avançam na democratização da comunicação em 2013

Movimentos sociais deram amplo apoio à aprovação da lei de meios na Argentina
"Em sua fala durante o 13º Foro de São Paulo, realizado na capital paulista em agosto deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a necessidade de a esquerda ter seus próprios meios de comunicação: “não podemos ficar apenas reclamando que os adversários usem a mídia contra nós”, declarou. Na América Latina, importantes passos foram dados no sentido de democratizar a comunicação e ampliar os atores sociais com espaço de representação nos meios.
O avanço mais emblemático foi verificado na Argentina. Após quatro anos de aprovada, a Justiça do país decidiu que a Lei de Meios, que acaba com o monopólio da mídia exercido principalmente pelo grupo Clarín, é constitucional e que o conglomerado de mídia terá que se desfazer de suas empresas excedentes. De acordo com a lei, o espectro eletromagnético do país deverá ser dividido igualmente entre governo, sociedade civil e empresas privadas. O Clarín tem 237 licenças de TV por assinatura, quando o limite máximo estabelecido pela nova lei é de 24, e presta serviços desse tipo de TV a 58% da população, quando o máximo permitido de abrangência populacional é de 35%. Após a vitória, movimentos sociais do país seguem se articulando para garantir que a lei será realmente implementada.

Anotações sobre uma farsa (II)

Era preciso expor José Dirceu ainda mais - e também José Genoino - à execração pública. Concentrar neles toneladas de ressentimento sem fim.

Eric Nepomuceno STF

Quando se postulava a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, o então juiz Joaquim Barbosa procurou José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil do primeiro governo de Lula (2003-2007). Apresentou um pedido de rotina: apoio para que seu nome fosse levado ao presidente, a quem cabe indicar os membros da corte suprema.

Dirceu recebeu o pedido, e comentou com o postulante: “Bom mesmo será o dia em que os que pretendem chegar ao Supremo obtenham sua indicação por seus próprios méritos, e não por indicações políticas como a que está me pedindo”.

Barbosa foi escolhido por Lula porque Lula queria ser o primeiro presidente a indicar um negro para a corte máxima do país. De origem humilde, Barbosa construiu sua carreira graças a um esforço descomunal. Teria méritos profissionais mais que suficientes para chegar aonde chegou. Mas não chegou por eles.

IPTU e os interesses privados de Skaf

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Os interesses privados do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB), convergiram com sua atuação contra mudanças no IPTU na cidade de São Paulo que fariam mais justiça tributária, com os mais ricos pagando mais e os mais pobres pagando menos em 2014. Autoalçado à condição de líder da rebelião contra o imposto progressivo, Skaf poderia ao menos ter dito abertamente que ideais o moveram.

Para além dos interesses óbvios, ou seja, de que um empresário não aceita pagar mais tributo, Skaf é um dos donos da empresa BTS Empreendimentos Imobiliários Ltda., cuja atividade é "Compra e venda de imóveis próprios e aluguel de imóveis próprios". Também é dono da empresa Skaf Participações e Administração de Bens Ltda., cuja atividade foi mudada em 2010 para "aluguel de imóveis próprios, gestão e administração da propriedade imobiliária".

Tarso comemora crescimento do RS e prevê luta ideológica acirrada em 2014

Em entrevista à Carta Maior, o governador gaúcho faz um balanço de três anos de governo, responde críticas da oposição e avalia cenários para 2014.

Marco Aurélio Weissheimer Imprensa/Palácio Piratini

Porto Alegre - Em entrevista à Carta Maior, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, faz um balanço de três anos de governo e responde críticas de partidos de oposição. Tarso prevê um debate programático e ideológico em 2014 e avalia que luta política e luta ideológica estão plenamente fundidas no Estado que foi governado recentemente pelo PSDB mais puro (com Yeda Crusius) com apoio de um “polo ideológico mais histórico, originário da ditadura militar, a velha Arena representada pelo PP”. Respondendo às críticas de que o atual governo estaria “gastando demais”, o governador afirma:

“Nosso programa parte do pressuposto que é possível fazer o Estado sair da crise, qualificar os seus serviços, combater a pobreza extrema, com crescimento que gere empregos e não com encolhimento que gera pobreza e desemprego. Ele se opõe a este olhar simplista e medíocre, representada especialmente pelo Governo Yeda, cuja síntese foi a visão meramente contábil do "déficit zero", que, aliás, é uma invenção midiática”.

E enfatiza os atuais números da economia do Estado, cujo desempenho foi superior à média nacional em 2013. O Produto Interno Bruto gaúcho deverá fechar 2013 em torno de 6%, mais que o dobro do índice nacional. No segundo trimestre, enquanto a média brasileira apontou um crescimento de 3,3%, a economia gaúcha cresceu mais de 15%. O acumulado no primeiro semestre chegou a 8,9%, de acordo com a Fundação de Economia e Estatística (FEE), índice superior aos 2,6% registrado para o conjunto de regiões do Brasil. O valor exportado do ano alcançou a cifra de US$ 17,5 bilhões, um aumento de 28,6%, o terceiro Estado em exportação. A safra gaúcha bateu recordes este ano e a indústria cresceu 6,1%, o maior crescimento segundo pesquisa do IBGE, enquanto a média brasileira situa-se em 1,6%.

Na entrevista, Tarso também fala sobre as eleições de 2014 e diz que a sua candidatura à reeleição ainda não está definida. “Estamos criando as condições externas e internas para declarar, ou não, a minha candidatura. Penso que não serei o candidato mais indicado, por exemplo, se  o nosso partido, nacionalmente, decidir que a Presidenta deverá ter aqui dois palanques”, afirma.

Carta Maior: O Rio Grande do Sul apresenta o maior índice de crescimento do país este ano. No entanto, partidos de oposição como o PP e o PSDB criticam a orientação do atual do governo dizendo, entre outras coisas, que está gastando demais? Qual a sua resposta a essas críticas?

Tarso Genro: Talvez o nosso Estado seja aquele em que a luta política e a luta ideológica estejam mais plenamente fundidas, não somente porque recentemente o Governo esteve nas mãos do mais "puro" PSDB - que se elegeu num lance de sorte e com um  apoio galopante da maioria da mídia - mas também porque tem um polo ideológico mais histórico, originário da ditadura militar, a velha Arena representada pelo PP,  que aqui sempre fez opções à direita e não ao centro, como eventualmente ocorre em outras unidades da Federação.

Como se tornar bons pais

Filme recebeu prêmio do Júri no Festival de Cannes
Em ‘Pais e Filhos’, Hirokazu Kore-Eda expressa com singularidade o modo como os japoneses lidam com os sentimentos, muitas vezes visto como reservados demais 

Estreia no dia 27 de dezembro, em circuito comercial, o filme japonês Pais e Filhos, prêmio do Júri no Festival de Cannes. O título em português é uma tradução de segunda mão da versão em inglês, Like Father, Like Son. Com tantos descendentes de japoneses no Brasil, é incompreensível que o nosso colonialismo cultural não permita perguntar a qualquer odítchan (avô) ou obátchan (avó) o que significa Soshite Chichi Ni Naru. Em tradução livre, seria algo como Enfim Se Tornar Um Pai. E é exatamente disso que se trata essa delicada e dramática obra do cinema japonês.
Pais e Filhos parte de uma situação de extrema crueldade: dois casais descobrem que seus filhos de seis anos foram trocados na maternidade. Keita Nonomiya mora com os pais num apartamento de luxo de Tóquio que mais se parece com um hotel, enquanto Ryusei Saiki vive com dois irmãos menores e os pais, dois simplórios comerciantes do subúrbio japonês. Num certo dia, o hospital procura os casais, admite o erro e incentiva as famílias a realizarem a troca das crianças.
A história passa a girar em torno do universo do bem-sucedido e ambicioso arquiteto Ryota Nonomiya. As inúmeras e previsíveis situações que poderiam ocorrer na vida real acabam sendo transpostas na tela, mas num intrincado jogo de sentimentos em que os contrastes das vidas dos personagens acabam tecendo uma trama envolvente e sensível. Há a frieza do apartamento de luxo ante a confinada moradia dos subúrbios. Há o patriarcado que rege a vida dos ricos ante o matriarcado das famílias de classe média. Há a culpa das mães e a ganância inicial do comerciante que vê a possibilidade de enriquecer com uma indenização, mas se trata de um pai de bom coração.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O Tempo de ser Criança

Fiquei sabendo que você cresceu 
E já não acredita mais em Papai Noel.
Como pode esquecer aquele tempo de criança, onde a fantasia reinava?
O tempo em que você antes de se deitar,
colocava seu sapatinho na janela.
E acordava cedinho,
na esperança de encontrar o presente que Papai Noel lhe deixaria?
Hoje seus sonhos são outros...
Cadê a "sua” criança?
Perdeste-a ao longo da vida?
Não estará ela escondidinha no seu coração?
Procure-a!
Ela ainda vive dentro de você!
Não deixe que seus sonhos morram!
A fantasia nos faz viver,
sonhar, desejar...
Coloque seu sapatinho na janela!
Faça seu pedido!
Talvez ele demore um pouco a se realizar Mas a vida já te ensinou que tudo tem seu tempo
E você já aprendeu a esperar, a ter paciência...
Já aprendeu que se seu pedido não se realizar Pode já ser um grande presente
, Pois,
nem tudo que queremos é para o nosso bem Então,
pegue seu sapatinho da esperança Coloque-o na janela do desejo
E aguarde para que seus sonhos
Se tornem realidade.
Depois sorria, compreenda,
de pulos E agradeça seu presente de Natal!
E seja muito,
muito FELIZ!

 Iraima Bagni

Retrospectiva 2013 do terrorismo midiático

Por Assis Ribeiro

O ano começou com o terrorismo midiático informando que o Brasil corria sérios riscos de apagão elétrico e que o racionamento de energia seria inevitável.

Em janeiro a revista "Isto É" estampou em letras garrafais a manchete:
"Possibilidade de racionamento afeta confiança de empresários, dizem economistas"
Risco de apagão pode reduzir expansão do PIB em 2013 - Isto É

Ao contrário do apagão o que se viu foi a inauguração de várias hidrelétricas que já estavam em construção, tantas outras que serão entregues nos próximos anos e a expansão de outras matrizes aumentando a nossa capacidade de fornecimento energético, além do governo ter feito despencar o preço da energia.
Em abril, a “crise do tomate” que levou uma conhecida apresentadora da rede Globo a usar um colar de tomates para pressionar o Banco Central a elevar os juros. Na próxima talvez a obriguem de colocar uma melancia no seu traseiro.
Durante todo o ano o governo foi bombardeado com matérias pseudo - jornalísticas que exploraram de maneira sórdida:

1) Ineficiência do modelo de concessões e falta de planejamento.
O que se viu foram as concessões vitoriosas dos portos, aeroportos, rodovias e no pré-sal.

2) Inflação descontrolada.
Desde o primeiro semestre o comentarista do blog “foo” veio apresentando, mês à mês, quadros comparativos de inflação com anos anteriores demonstrando que a inflação estava completamente dentro das margens e equivalentes as meses correlatos de vários anos anteriores a 2013. Resultado, estamos fechando o ano com a inflação dentro das expectativas do governo e provavelmente ainda menor do que o ano anterior.

3) Risco de alta no desemprego.
Terminamos o ano com índices recordes de emprego.

4) Movimentos de rua de junho.
A grande mídia tentou colocar as manifestações como se fossem contra o governo Dilma e aproveitaram para tentar alavancar as candidaturas de Aécio (no desespero Serra) e Eduardo Campos (no desespero Marina). Resultado, todas as pesquisas posteriores demonstraram que Dilma ganha no primeiro turno.

5) Mais médicos.
A cobertura jornalística priorizou entrevistas com médicos e dirigentes dos CRMs que atacaram em defesa do corporativismo da classe, e omitiu o sucesso deste tipo de plano de atendimento em países que o implementaram levando saúde às populações esquecidas e abandonadas. Resultado, o plano tem alcançado um sucesso estrondoso.

6) Que o país estava parado.
Mesmo com os inúmeros canteiros de obras Brasil adentro, construção de imóveis residenciais,  estradas, portos, estaleiros,  plataformas de petróleo, o país voltando a fabricar navios, o comércio vendendo como nunca, criação de novos postos de trabalho, etc.

7) As condenações na AP 470.
Tentaram mais uma vez colocar a pecha de que “nunca se viu tanta corrupção no país”, como se fosse uma exclusividade do PT, chegando, a grande mídia, inclusive a lançar o nome de Barbosa como candidato à presidência da república.

8) Que a copa será um fracasso.
O sucesso recente da copa das confederações não foi suficiente para pautar análises mais equilibradas sobre a copa 2014.

9) A desindustrialização.
Esse foi mais um tópico recorrente. No entanto, a nossa mídia tradicional foi incapaz de falar nos vários incentivos do governo como as concessões vitoriosas em todos os setores da infraestrutura, a diminuição de impostos para a cadeia produtiva, a diminuição do preço da energia, disponibilização de dinheiro via BNDES, etc. Omitiu que o governo do PT reativou a nossa indústria naval para a fabricação de estaleiro e navios. A maré do contra é tão grande que até na recente aquisição dos jatos Gripen para a aeronáutica que priorizou a transferência de tecnologia e a fabricação deles em território nacional foi alvo de criticas.

O que mais se viu nas matérias “jornalísticas” foram frases como; “o gigante acordou”, “o país está parado”, “a inflação voltou”, etc.
Um jornalismo tendencioso e desinformativo que induz a população ao medo e a baixa qualidade de conhecimento.

Fonte: Luis Nassif

O jornalismo ornitorrinco e a herança maléfica de 2013

O recorde mais espetacular do ano de 2013 foi o número de previsões fracassadas. Diariamente, os jornalões estamparam notícias recebidas com surpresa.

Wanderley Guilherme dos Santos Arquivo

O recorde mais espetacular do ano de 2013 foi o número de previsões fracassadas. Dia sim, outro também, os jornalões estamparam notícias recebidas com surpresa pelo famoso mercado, que as esperava o oposto. De boca aberta também andaram seus renomados especialistas, a inventar explicações fora da curva para os furos especialmente enormes. Erros que, imediatamente, soterraram com pompa, circunstância e virgens anúncios de futuras tempestades. É intrigante a permanente charlatanice com que os periódicos, diários e semanais, afagam o ego dos conservadores sem que estes se sublevem contra a falcatrua. Ou, talvez, os conservadores desconfiem de que a realidade seja bastante diferente, mas aspiram, tal como os jornalistas e especialistas, a vê-la materializar-se conforme a aspiração.

Este parece o sonho derradeiro dos colunistas e pitonisas da oposição: obter o condão de pronunciar profecias que se auto-cumprem. Daquelas que, uma vez proclamadas, contribuem para a realização do desastre. Uma corrida a um banco disparada por falsa previsão de que vai quebrar pode, de fato, levar à bancarrota um estabelecimento sólido. Mas é impossível evitar uma estupenda safra agrícola escondendo-a sob pragas e tormentas apenas verborrágicas. Criam, contudo, uma espécie ornitorrinco de jornalismo – aquele que retrata o que lhe apeteceria acontecesse efetivamente, não o que, com modesta realidade, ocorre. Daí a freqüente discrepância entre as manchetes e o conteúdo, ainda que este venha narrado como que sob tortura, tão tortuosa é a narrativa.

Entre o azul e o vermelho, a mídia massacra a verdade

Por Washington Araújo,
O dicionário jornalístico no Brasil vem se mostrando, além de partidarizado, bastante criativo. As palavras parecem assumir significados ao sabor da ideologia de quem as pronuncia. E terminam se apresentando tropegas, bêbadas, cambaleantes, com o único intuito de manipular corações e mentes de leitores, ouvintes e telespectadores.

A realidade se torna bipolar – para uns significam isto e para outros, embora se trate do mesmo fato, significa aquilo. A manipulação midiática, que não vem de hoje e nem é invenção genuinamente brasileira, parece reinar absoluta em Terra Brasilis.

Quando é mencionado o nome de um político, dependendo do partido a que esteja filiado, este é referido como “acusado” ou como “suspeito”. A força de cada palavra surge na forma como esta é pronunciada, e, em algumas situações, de acordo com o contexto em que a frase é proferida.

Façamos um breve exercício mental. Imaginemos que o noticiário da manipulação midiática seja bicolor – azul e vermelho. E que azul é a cor por excelência do mocinho. Na outra ponta, tenhamos o vermelho vestindo o figurino do meliante. Acredito que em poucos segundos, o leitor terá em sua tela mental inúmeras imagens captadas de telejornais, manchetes de jornais, capas de revistas semanais.

Neste cenário que de hipotético nada tem, temos a seguinte configuração:

1.      O azul tem cidadãos apoiadores, o vermelho tem companheiros

2.      O azul é senhor absoluto da moral, o vermelho é aético por natureza

3.      O azul distorce o fato, o vermelho mente.

4.      O azul comete irregularidades, o vermelho pratica crimes.

5.      O azul supostamente engendrou, o vermelho cometeu

6.      O azul faz parte de suposto cartel, o vermelho é parte de quadrilha

7.      O azul é detido, o vermelho, preso

8.      O azul é suspeito, o vermelho, acusado

9.      O azul participou de suposto conluio, o vermelho comprou votos

10.  O azul faz concessões, o vermelho, privatizações

11.  O azul deixa meros indícios, o vermelho, provas irrefutáveis

12.  O azul tem aliados, o vermelho, cúmplices

13.  O azul praticou gestão inadequada de recursos públicos, o vermelho, roubou dinheiro do povo, o meu, o seu, o nosso

Saiba como de fato funciona o auxílio-reclusão no Brasil

Por Erick da Silva

Seguramente você já deve ter recebido inúmeras mensagens por e-mails ou em redes sociais "denunciando" o auxílio-reclusão. Usando informações fragmentadas, estas mensagens em tom de denuncia costumam carregar uma boa dose de desinformação, confusão nos fatos e um mal disfarçado preconceito social, servindo apenas para desinformar e alimentar toda a sorte de discursos de ódio.
Mas, como de fato funciona o auxílio-reclusão no Brasil?
 Para responder esta pergunta e tentar auxiliar para diminuir a desinformação espalhada na rede, seguem algumas informações sobre como o auxílio-reclusão funciona de verdade.

O que é o auxílio-reclusão?
É um benefício legalmente devido aos dependentes de trabalhadores que contribuem para a Previdência Social. Ele é pago enquanto o segurado estiver preso sob regime fechado ou semi-aberto e não receba qualquer remuneração da empresa para a qual trabalha, nem auxílio doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço. Dependentes do segurado que estiver em liberdade condicional ou em regime aberto perdem o direito de receber o benefício.

A mídia brasileira segundo Mino Carta

Uma coisa é certa: Mino não é definitivamente o admirador número 1 do jornalismo nacional.

A sala de Mino: no lugar do computador, uma Olivetti
A sala de Mino: no lugar do computador, uma Olivetti
Fuçando em velhos arquivos do computador, eis que me deparo com uma entrevista que fiz, dois anos atrás, com o jornalista ítalo-brasileiro Mino Carta, diretor de redação da Carta Capital e fundador da Veja. Escrevi a matéria em parceria com minha amiga Cátia Cananea para o jornal Diretriz, da faculdade em que eu estudava na época, o Mackenzie. Ao relê-la, percebi que suas ideias continuam bastante atuais e decidi publica-la aqui no Diário. Segue abaixo.
A sala de Mino Carta, o diretor de redação da Carta Capital, tem um quê de vintage. Em cima da mesa, não há computador. No seu lugar, uma máquina de escrever Olivetti. “Tenho medo do computador”, diz Mino. “Ele engole as pessoas, sem que elas se dêem conta disso.” Aos 79 anos, Mino é dono de um currículo impressionante: ele fundou as revistas Veja, IstoÉ , Carta Capital e o Jornal da Tarde, entre outras publicações. Numa tarde de segunda-feira, ele me recebeu em sua sala para uma entrevista, na qual afirmou que a imprensa brasileira é “de uma safadeza e hipocrisia imbatível” e disse que entrou no jornalismo porque queria comprar um terno azul-marinho.
O que o senhor acha da imprensa brasileira?
Ela é excepcionalmente ruim. O melhor jornal que circula em São Paulo é esse aqui, olha. [Pega uma edição do italiano Corriere Della Sera]. Essa reforma da Folha é para rir, né? A imprensa de qualquer país democrático é melhor do que a brasileira. A meu ver, a imprensa brasileira tem dois problemas sérios.
O primeiro está na posição deles. No mundo todo, você vai encontrar posições diferentes entre os jornais. Cada jornal tem a sua postura, que se diferencia da do concorrente. No Brasil, não. Todos os jornais e revistas se juntam contra um inimigo comum. No caso, o PT. Eles não querem incentivar o debate. A nossa imprensa é de uma safadeza e de uma hipocrisia imbatível. Não existe igual no mundo. A imprensa está sempre a favor do que é pior, do que há de mais rançoso, do que há de mais reacionário. Eles gostam de ser súditos, gostam de ser súditos dos Estados Unidos.
O segundo ponto é que os jornais são tecnicamente ruins. Muito ruins. Sem contar as ofensas diariamente cometidas contra a língua portuguesa, uma língua muito bonita, flexível e que mereceria um tratamento melhor.

Então, a imprensa brasileira é tendenciosa, na sua opinião?
A imprensa tem obrigação de ser honesta. Aquela história de ela ser objetiva está errada. Você não consegue ser objetivo em momento algum da vida.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O pinheirinho

O pinheirinho guarda
segredos, saudades,
esconde medos,
abriga esperanças,
acende lembranças,
enredo de muitas idades.
No pinheirinho há lágrimas escondidas.
pedidos pendurados,
por carências adiados,
na efervescência da vida.
O pinheirinho é você mesmo,
erguido, cheio de fantasias,
sofrido...enfeitado,
ignorando maldades,
acendendo esperança,
            apagando falsidade. 


Ivone Boechat  

O Tempo e as Jaboticabas

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Tenho mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço...

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. As pessoas não debatem conteúdos apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos quero a essência, minha alma tem pressa.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora e não foge de sua mortalidade.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena e para mim basta o essencial.

Rubem Alves

HABEMUS PAPAM

(JB) - Acusado por um conservador norte-americano de ser marxista, Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, negou sê-lo, mas disse que não se sentia ofendido, por ter conhecido ao longo de sua vida, muitos marxistas que eram boas pessoas.
A declaração do Papa, evitando atacar ou demonizar os marxistas, e atribuindo-lhes a condição de comuns mortais, com direito a ter sua visão de mundo e a defendê-la, é extremamente importante, no momento que estamos vivendo agora.   
A ascensão irracional do anticomunismo mais obtuso e retrógrado, em todo o mundo - no Brasil, particularmente, está ficando “chic” ser de extrema direita – baseia-se em manipulação canalha, com que se tenta, por todos os meios, inverter e distorcer a história, a ponto de se estar criando uma absurda realidade paralela.
Estabelecem-se, financiados com dinheiro da direita fundamentalista, “Museus do Comunismo”; surgem por todo mundo, como nos piores tempos da Guerra Fria, redes de organizações anticomunistas, com a desculpa de se defender a democracia; atribuem-se, alucinadamente, de forma absolutamente fantasiosa, cem milhões de mortos ao comunismo.
Busca-se associar, até do ponto de vista iconográfico, o marxismo ao nacional-socialismo, quando, se não fossem a Batalha de Stalingrado, em que os Alemães e seus aliados perderam 850 mil homens e a Batalha de Berlim, vencidas pelas tropas do Exército Vermelho - que cercaram e ocuparam a capital alemã e obrigaram Hitler a se matar, como um rato, em seu covil - a Alemanha Nazista teria tido tempo de desenvolver sua própria bomba atômica e não teria sido derrotada.
Quem compara o socialismo ao nazismo, por uma questão de semântica, se esquece que, sem a heróica resistência, o complexo industrial-militar, e o sacrifício dos povos da União Soviética - que perdeu na Segunda Guerra Mundial 30 milhões de habitantes - boa parte dos anticomunistas de hoje, incluídos católicos não arianos e sionistas, teriam virado sabão nas câmaras de gás e nos fornos crematórios de Auschwitz, Birkenau e outros campos de extermínio.
Espalha-se, na internet – e um monte de beócios, uns por ingenuidade, outros por falta de caráter mesmo, ajudam a divulgar isso – que o Golpe Militar de 1964 - apoiado e financiado por uma nação estrangeira, os Estados Unidos – foi uma contra-revolução preventiva. O país era governado por um rico proprietário rural, João Goulart, que nunca foi comunista. Vivia-se em plena democracia, com imprensa livre e todas as garantias do estado de direito, e o povo preparava-se para reeleger Juscelino Kubitscheck Presidente da República em 1965.
1964 foi uma aliança de oportunistas. Civis que há anos almejavam chegar à Presidência da República e não tinham votos para isso, segmentos conservadores que estavam alijados dos negócios do governo e oficiais – não todos, graças a Deus – golpistas que odiavam a democracia e não admitiam viver em um país livre.
Em um mundo em que há nações, como o Brasil, em que padres fascistas pregam abertamente, na internet e fora dela, o culto ao ódio, e a mentira da excomunhão automática de comunistas, as declarações do Papa Francisco, lembrando que os marxistas são pessoas normais, como quaisquer outras - e não são os monstros apresentados pela extrema-direita fundamentalista e revisionista sob a farsa do “marxismo cultural” - representam um apelo à razão e um alento.
Depois de anos dominada pelo conservadorismo, podemos dizer, pelo menos até agora, que Habemus Papam, com a clareza da fumaça branca saindo, na Praça de São Pedro, em dia de conclave, das veneráveis chaminés do Vaticano.
Um Papa maiúsculo, preparado para fortalecer a Igreja, com o equilíbrio e o exemplo do Evangelho, e a inteligência, o sorriso, a determinação e a energia de um Pastor que merece ser amado e admirado pelo seu rebanho.   
 
Fonte: http://www.maurosantayana.com/     

O pecado da ingratidão

Mário Soares, um dos símbolos da política de Portugal, líder maior do Partido Socialista Português, foi presidente de 1986 a 1996. Co-fundador do PSP, combatente da resistência ao salazarismo, no qual amargaria doze prisões no Estado Novo, Mário Soares é homem de coragem e capaz de grandes gestos.
Corria seu tempo na presidência quando fez visita oficial à Tunísia. Já a caminho da saída, teve encontro no restaurante do Aeroporto Tunis-Cartago com o ex-premier (1983-1987) italiano Bettino Craxi. Líder do Partido Socialista Italiano de 1976 a 1993, Craxi havia caído em desgraça. Acusado de corrupção e envolvimento com a máfia pela Operação Mãos Limpas, que o faria renunciar ao cargo e buscar  refúgio em Tunis, onde viveria em exílio até sua morte, em 2000.
Sem cerimônia, Mario Soares aproximou-se de Craxi e deu-lhe caloroso abraço que foi registrado por fotógrafos, cuja imagem, enviada às agências de notícias, causou rumorosos debates na Itália e na terra de Camões.
Ao chegar a Portugal, Mario Soares era aguardado por um batalhão de jornalistas no aeroporto Internacional da Portela, em Lisboa, onde o cerimonial da presidência organizara entrevista coletiva.
- Eu sei por que os senhores aqui estão, disse Soares, antes de ser questionado pelos repórteres.
- Estive sim com o amigo de longa data, Bettino Craxi. Homem de grande valor, a quem os portugueses devem muito, pois à frente da Internacional Socialista arrecadou recursos para os companheiros da resistência salazarista, permitindo a sobrevivência do movimento, garantindo a segurança e defesa de seus membros.
Atônitos, os jornalistas não esboçaram nenhuma pergunta.
Um patrício de Soares, o jurista José Joaquim Gomes Canotilho, disse recentemente em entrevista à Folha, que os réus da Ação Penal 470, o mensalão, têm alguma razão ao reclamar por um segundo julgamento pelo STF. Canotilho é tido como um dos constitucionalistas estrangeiros mais influentes no Brasil. Na seção de jurisprudência do site do STF, seu nome aparece como referência citada em 550 acórdãos, decisões monocráticas ou decisões da presidência da corte.
Para ele também é válida a reclamação em relação à atuação institucional do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal,  presente em todas as fases do processo: recebimento da denúncia, instrução e o próprio julgamento.
Há robustas demonstrações que o julgamento da AP-470 foi de cunho político.
Sobram ilegalidades na prisão dos três dirigentes petistas, a ponto de decanos do Direito, como Ives Gandra denunciar que José Dirceu foi acusado sem provas e o jurista Celso Bandeira de Mello, sustentar que cabe ao PT pedir o impeachment do ministro Joaquim Barbosa. Tudo isto, mais as manifestações da OAB(Ordem dos Advogados do Brasil) e de TODAS as associações de magistrados do país contra os excessos do presidente do Supremo, indicam que urge aos presidentes dos partidos políticos, o PT em especial, e os presidentes do Legislativo e do Executivo, tomarem providências contra mal feitos no Judiciário.
À presidenta Dilma Roussef, que sofreu a barbárie da tortura nas prisões da ditadura, cabe mais seguir o exemplo de Mario Soares do que escutar os conselhos do marqueteiro João Santana, sob pena de perder o julgamento da História.

http://www.marcusvinicius.blog.br

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

As batatas de Aécio são a vitória de Serra

quincasQuincas Borba, o genial personagem de Machado de Assis, descrevia assim certas batalhas: “Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas”, ao narrar um história onde duas tribos assoladas pela fome duelam por um campo de batatas capaz de manter viva apenas uma delas.
Aécio ganhou as batatas e a chance de sobrevivência de sua candidatura.
Mas ganhou, com elas, o que dissemos aqui, anteontem à noite: o fatídico dever de ser José Serra.
A demissão, noticiada ontem, do marqueteiro “paz e amor” que sustentava que a campanha não deveria ser raivosa e de confrontação, é de uma ligação tão evidente com isso que até nossos colunistas políticos o compreenderam.
Até mesmo Reinaldo Azevedo, o último moicano do serrismo, percebe a situação machadiana e  lamenta que Aécio e a cúpula tucana não tivessem compreendido que “ o prudente não teria sido que ele (José Serra) “também fosse candidato, ainda que por um pequeno partido, como o PPS, numa ação concertada com o próprio PSDB”.
Não podia, porque as batatas da direita era suficientes para apenas um deles sobreviver e, neste caso, poucas dúvidas restariam de qual dos dois seria o vencedor desta guerra pelo voto conservador mais raivoso.
Se não bastasse o natural talento, Serra sairia com um trunfo invencível: o voto paulista.
Aécio, que construiu sua carreira política na composição e na afabilidade natural da política mineira aceitou a via desastrosa por uma simples razão: sabe que precisa firmar-se como porta-voz da  direita, que não acredita na sua capacidade de enfrentar o que Dilma e Lula representam.
Aécio tem o seu papel limitado pelo vaticínio de seu próprio guru, Fernando Henrique Cardoso: “qualquer um, menos  eles”.
Pede-se-lhe o que ele vem fazendo, sem muito jeito para o papel: que arreganhe os dentes.
Se não o fizer, a candidatura Joaquim Barbosa está pronta para ocupar o lugar.
Para ser “soft”, há Eduardo Campos.
Ou, se este continuar a patinar, Marina Silva.
Resta, portanto, ser um José Serra sem São Paulo.
E uma direita sem São Paulo é apenas uma caricatura do conservadorismo.

Fonte: Blog Tijolaço

Novembro teve menor desemprego da história, anuncia IBGE



novembroA taxa de desemprego de novembro  - 4,6% – atingiu o menor valor para o mês da série histórica da pesquisa realizada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do país, atingindo  percentual igual ao que foi verificado em dezembro do ano passado e projetando uma queda maior para dezembro, mês onde o nível de ocupação tradicionalmente tem um salto, para decrescer em janeiro, em razão do período de fim de ano e festas.
A queda na população desocupada em relação a outubro foi espetacular: 10,9% frente a outubro.  E os salários, que já vinham subindo, aceleraram sua alta: o: o rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 1.965,20) foi 2,0% maior do que o apurado em outubro (R$ 1.927,48) e 3,0% a mais do que  novembro de 2012 (R$ 1.908,41), já descontada a inflação.
Com isso a soma do rendimento dos trabalhadores foi  estimada em R$ 46,2 bilhões em novembro de 2013, crescendo 2,0% em relação a outubro último e 2,3% em relação a novembro do ano passado.
O resultado do emqprego e do salário no mês passado é um peterdo contra a cantilena de que estava esgotado “um modelo de desenvolvimento apoiado no consumo”, como vivem apregoando nossos “analistas econômicos”.
Não há conjuntura internacional que explique o atingimento de níveis de desemprego virtualmente zero – qualquer taxa abaixo de 5% é considerada assim, em análises econômicas – no Brasil.
Ao contrário, isso se dá num mundo em crise e com taxas explosivas de desemprego.
A “urubologia” econômica brasileira não acerta uma!

Fonte: Blog Tijolaço

A receita do sucesso do Raja Casablanca

Mal o Mundial de Clubes começou para o Brasil, já acabou. O Atlético-MG perdeu hoje do Raja Casablanca, velho conhecido dos brasileiros por já ter jogado aqui no Mundial Interclubes de 2000.
Teve um fator da torcida rival, maioria no estádio. Teve também o detalhe de que esta foi a terceira participação do Raja na competição. Mas o clube mineiro pegou um jogo muito mais difícil do que se imaginava.
Mas não foi à tôa. O Raja Casablanca, de Marrocos, chegou à decisão com muito mérito, apresentando um futebol organizado taticamente e com muita velocidade, ao qual vale a pena se aprofundar. O Bayern de Munique que se cuide.
Clube
O time do povo marroquino disputa o Mundial como o clube representante do país-sede. Atual campeão do Campeonato Marroquino, o Raja ganhou a Liga dos Campeões da África três vezes, porém, não conquista o torneio desde 1999. A fama de ser o time do povo marroquino acompanha o clube desde a sua fundação. A sua torcida é a maior do Marrocos.
Destaques
O meia Mouhcine Moutouali, de 27 anos, é o principal armador de jogadas da equipe e sempre é procurado pelos colegas de equipe dentro de campo. Na defesa, a equipe conta com o bom goleiro Khalid Askri, que foi destaque na partida contra o Monterrey fazendo boas defesas. Outros dois bons jogadores que apareceram nas duas primeiras partidas do Mundial foram os meias Chemseddine Chtibi e Kouko Guehi.
Time titular (4-5-1)
Askri; El Hachimi, Belmaalem, Oulhaj e Karrouchy; Raki, Guehi, Chtibi, Moutouali e Hafdi; Iajour.
Curiosidade
O atacante congolês Déo Kanda fez parte do Mazembe, que eliminou o Internacional na semifinal do Mundial de Clubes em 2010 e enfrentou a Inter de Milão na decisão. Kanda atua como segundo atacante aberto pelos lados.
Ponto fraco
É um time com pouca experiência em nível mundial.
Pontos fortes
A grande torcida, que lotará o estádio. E, ao contrário do histórico de times africanos mal organizados taticamente, o Raja Casablanca tem organização tática, um ataque veloz e muita criatividade.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Um menino a passear...

Sou filha do meu tempo e espaço. Nascida numa família cristã, desde pequenina o natal significou presépio, ou seja, a montagem da hora mágica na qual um menino veio ao mundo para anunciar uma boa nova. E, com ele, a promessa de que haveria outra aliança e que nossos pecados todos estariam perdoados. Lá em casa sempre demos prioridade a isso. Nunca ao Papai Noel, brinquedos, compras, etc... A expectativa era a chegada do menino. Eu mesma sempre colocava o sapato na janela, mas a mãe explicava: “os presentes não são coisas, são sentimentos e desejos”. Então, quando o dia amanhecia eu entendia que um gurizinho tinha nascido e, por força da mágica da religião, também havia passado pela janela deixando amor, saúde, alegria e todas essas coisas boas. E recolhia aquele sapato como se fora a coisa mais preciosa do mundo.

Na minha mente de criança eu imaginava não um velhinho montado no trenó, com renas e todas estas coisas da celebração européia. Eu acreditava piamente que havia um menino, bem sapeca, magrelinho e sem camisa, que saracoteava pelo mundo, montado numa grande estrela, levando presentes invisíveis aos olhos. E eu esperava o ano inteiro por esta noite de passeio divino. E o legal era que o fato dele ser um guri tirava toda a pomposidade do sagrado filho. Era como esperar um amigo, coisa íntima.

Depois eu cresci e fui conhecendo outros mitos, outras religiões. Aprendi a dar pago à terra (Pachamama) em agosto, a respeitar o trovão, a folha de coca, as plantas, os animais. Aprendi a honrar Kuaray, jacy, Ñanderu. Aprendi a reverenciar outras manifestações criadas pelo humano para sustentar suas dores e medos. Porque é disso que se trata quando se fala de deuses. Eles são redes nas quais descansamos de nossos terrores. E, esta construção humana me enche de ternura, porque reconheço aí a fragilidade da nossa raça. Isso me emociona.

Mas, apesar de tudo o que aprendi sobre os outros deuses, o natal ainda me encanta de um jeito muito especial, talvez porque esteja colado na minha mãe, que já encantou. Então, a despeito de todas as impossibilidades, eu espero o menino. Às vezes, nos tumultos familiares ou no barulho da festa, pode parecer que eu o esqueci, mas não. Lá no fundo do meu coração, eu o espero. E o vejo chegar, montado na estrela, rindo seu riso de cristal. Também a despeito de tudo, ainda deixo meu sapato na janela e o recolho de manhã com a absoluta certeza de que ali dentro estarão os presentes. Os que verdadeiramente importam.

E, assim, nesta natal, como em todos os outros já vividos, meu jesuzinho haverá de vir passear. E eu estarei esperando...

Que ele passe por aí também!...
 
Fonte: http://www.eteia.blogspot.com.br/